Estou confusa, claro. Achava que você iria, fiquei te esperando, porra!
Tanto que eu aguardei sua chegada por mais minutos do que deveria, inventando desculpas esfarrapadas a mim mesma. O trânsito, o horário, a meteorologia, qualquer pneu furado serviria. E até o último instante, juro, achei que você chegaria a qualquer momento, esbaforido, pedindo perdão pelo terrível atraso. Perdão que você obviamente teria, junto com uma cara de quem já está acostumada, e assim encerraríamos o assunto. Mas você não foi...
Esperei outro tanto pelo seu telefonema, com todas as esclarecedoras explicações. Para cada razão que houvesse, pensei numa excelente resposta. Para cada silêncio, um suspiro. Para cada sensatez de sua parte, uma loucura específica da minha.
Se você tivesse ligado do celular, eu seria fria. Se tivesse ligado do trabalho, seria levemente avoada. Se a ligação caísse, eu manteria a calma, como sempre me mantive, pois achei que você valia a pena.
Foram muitos dias nessa tortura, então entenda que percorri TODAS as rotas de fuga. Cheguei a procurar notícias suas pelos jornais, pois só um obituário justificaria tamanha demora em uma ligação.
Enfim, por muito mais tempo do que desejaria, mantive na ponta da língua tudo o que eu devia te dizer, e tudo o que você merecia ouvir, TUDO. Mas você não ligou...
Mando esta carta, portanto, sem esperar resposta. Nem sequer espero mais por nada, coisa alguma (nesta vida) para ser sincera. Isso, obviamente, ao que se refere a você porque o vazio do seu sumiço já me preenche; tenho nele um conforto que motivos não me trarão.
Não me responda, então, mesmo que deseje. Não quero um retorno; quis, um dia... Mas já que esse não aconteceu, deixemos para lá. A não ser que você queira VERDADEIRAMENTE se redimir de mais um erro. Um dia você poderá se arrepender de ter feito isso comigo, né?
Estaria, entretanto, mentindo se não dissesse que, aqui dentro, ainda me corrói uma pequena curiosidade. Pois não é todo dia que uma pessoa some e não liga, é? As pessoas guardam esses grandes vacilos para momentos especiais, não guardam? Eu pelo menos guardo... Será que eu sou tão mala assim?
Então, eis a minha única curiosidade: você às vezes pensa nisso, como eu penso? Com um suave aperto no coração? Ou será que você foi apenas mais um idiota que esqueceu de ir e que não tem a menor consideração pelos sentimentos alheios? Espero que não...
5 comentários:
fooooooodasticoooooo
baoooo de mais ^^
Esse foi o melhor texto que eu li no seu blog... e nem vem me falar que isso vem de uma experiência pessoal, pois vc bem sabe que estou namorando!
É só pq seus textos estavam muito tristonhos :)
Eita, coração burro da porra, mas é o seu! Mas vc tá aprendendo... FINALMENTE!
Bjooooo
Realmente, prefiro não comentar minhas percepções, Tatá!
Ouça sua prima, uma vez na vida: Valorize-se, por favor!
Beijos,
Fernandinha é tuuuudo de bom! Adoro as crônicas dela! Melhor só aquele programa na GNT: Irritando Fernada Young... morro de rir!!!
Huahuhauhauha.... quem já não passou por um bolo desses? Muito bom o texto!
Bjos mil pra vc, miga!
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