sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mulheres by Luis Fernando Veríssimo

Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.

Pare pra refletir sobre o sexto-sentido. Alguém duvida de que ele exista?

E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?

E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?

E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio".

Você não leva. O que acontece? O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!

Começam os murmúrios: "bem que minha mãe avisou"; "a minha namorada chegou a tirar meu casaco do armário e eu não quis trazer"...

As passageiras simplesmente tiram os casacos das bolsas. Como é que elas sabiam?

"Leve um sapato extra na mala, querido. Vai que você pisa numa poça...". Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro, pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

O sexto-sentido não faz sentido! É a comunicação direta com Deus! Assim é muito fácil...

As mulheres são mães! E preparam, literalmente, gente dentro de si. Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?

E não satisfeitas em gerar a vida, elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.

Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"... Tudo isso é meio mágico!

Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança.

E sua beleza? No reino animal, em geral, o macho é o mais belo. O leão, o pavão, o condor... Nem é preciso dizer que a raça humana foge à regra.

As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravasam? Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens. É choro feminino. É choro de mulher.

Já viram como as mulheres conversam com os olhos? Elas conseguem pedir uma a outra para mudar de assunto com apenas um olhar. Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar. E apontam uma terceira pessoa com outro olhar. Quantos tipos de olhar existem? Elas conhecem todos.

Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens! E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens. En-fei-ti-çam!

E tem mais!

No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas? Para estudar os homens, é claro! Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...

Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro". Quer evidência maior do que essa?

Qualquer um que ama se aproxima de Deus. E com as mulheres também é assim. O amor as leva para perto dele, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.

É sabido que as mulheres confundem sexo e amor. E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.

Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado. Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo. Mas elas são anjos depois do sexo-amor. É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.

E levitam. Algumas até voam e nos fazem voar também. Mas os homens não sabem disso. E nem poderiam porque são tomados por um encantamento que os fazem dormir nessa hora...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A todos que marcaram, não foram e não ligaram - Fernanda Young (mais uma revoltada, rs!)

Bom, você marcou e não foi. Pra piorar não ligou. A mim, só restou lamentar a sua falta de educação e ficar imaginando os possíveis motivos para sua inesperada ausência. Será que você não foi porque realmente não pôde ou simplesmente não quis? Será que não ligou para não me magoar ou justamente o inverso disso?

Estou confusa, claro. Achava que você iria, fiquei te esperando, porra!

Tanto que eu aguardei sua chegada por mais minutos do que deveria, inventando desculpas esfarrapadas a mim mesma. O trânsito, o horário, a meteorologia, qualquer pneu furado serviria. E até o último instante, juro, achei que você chegaria a qualquer momento, esbaforido, pedindo perdão pelo terrível atraso. Perdão que você obviamente teria, junto com uma cara de quem já está acostumada, e assim encerraríamos o assunto. Mas você não foi...

Esperei outro tanto pelo seu telefonema, com todas as esclarecedoras explicações. Para cada razão que houvesse, pensei numa excelente resposta. Para cada silêncio, um suspiro. Para cada sensatez de sua parte, uma loucura específica da minha.

Se você tivesse ligado do celular, eu seria fria. Se tivesse ligado do trabalho, seria levemente avoada. Se a ligação caísse, eu manteria a calma, como sempre me mantive, pois achei que você valia a pena.

Foram muitos dias nessa tortura, então entenda que percorri TODAS as rotas de fuga. Cheguei a procurar notícias suas pelos jornais, pois só um obituário justificaria tamanha demora em uma ligação.

Enfim, por muito mais tempo do que desejaria, mantive na ponta da língua tudo o que eu devia te dizer, e tudo o que você merecia ouvir, TUDO. Mas você não ligou...

Mando esta carta, portanto, sem esperar resposta. Nem sequer espero mais por nada, coisa alguma (nesta vida) para ser sincera. Isso, obviamente, ao que se refere a você porque o vazio do seu sumiço já me preenche; tenho nele um conforto que motivos não me trarão.

Não me responda, então, mesmo que deseje. Não quero um retorno; quis, um dia... Mas já que esse não aconteceu, deixemos para lá. A não ser que você queira VERDADEIRAMENTE se redimir de mais um erro. Um dia você poderá se arrepender de ter feito isso comigo, né?

Estaria, entretanto, mentindo se não dissesse que, aqui dentro, ainda me corrói uma pequena curiosidade. Pois não é todo dia que uma pessoa some e não liga, é? As pessoas guardam esses grandes vacilos para momentos especiais, não guardam? Eu pelo menos guardo... Será que eu sou tão mala assim?

Então, eis a minha única curiosidade: você às vezes pensa nisso, como eu penso? Com um suave aperto no coração? Ou será que você foi apenas mais um idiota que esqueceu de ir e que não tem a menor consideração pelos sentimentos alheios? Espero que não...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

"Lágrima é chuva de verão, que vai e vem..."


Hoje, mesmo com alguns episódios de leve mau humor por causa do sono, estou me sentindo tão bem! Que alegria :)

Essa energia positiva se espalha aos que estão ao nosso redor. Assim, mesmo sem perceber, quando estamos de bem com a vida, acabamos "ajudando" aqueles que nos são queridos.

Até as músicas, que há alguns dias atrás, me soavam como uma triste melodia mudaram de tom. Estranho, né?! Só eu e meu travesseiro (meu fiel escudeiro) sabemos o quão triste eu estava... E se perguntarem o porquê não poderia lhe responder, pois nem eu sei!

Sinto que um novo tempo começou. "Um pouco de luz nessa vida, um pouco de luz em você" e em mim também! Estou pronta pra recomeçar e distribuir tudo o que há de bom. É uma questão de estar disposta a se doar de coração e semear boas ações e pensamentos, pois a vida é tão curta e deve ser aproveitada da melhor maneira possível.

"Você também pode ser imortal. Basta fazer uma coisa notável." - Que saudades do meu avô, minha estrela guia, meu anjo da guarda. Nada mais verdadeiro: "todo amor é infinito".

Não tenha medo de viver, de se entregar! Meus pensamentos estão meio desconexos hoje, mas acho que estou conseguindo me fazer entender, eu acho. "Há um lugar, ondas de puro amor vão nos envolver. Segue a voz do coração, ensina o mundo a se amar outra vez".

Valeu a pena esse tempo comigo mesma, ainda que entre lágrimas e momentos de solidão. Mas se é na dor que tiramos as maiores lições, posso dizer que hoje me conheço melhor. Somente escuridão da noite podemos observar a beleza da lua e das estrelas...

Enquanto eu não sou a "Dona" de ninguém e não acho meu "Sapato Velho" para aquecer o frio dos meus pés, acendo a lareira e fico aqui fazendo meu planos, "sonhos tão verdadeiros", que me fazer ser o que sou: alguém que acredita que TUDO é possível!

Ah... todo mundo já percebeu que estou aqui escrevendo esse ao som do DVD do Roupa Nova, né?! Bom eu me explicar pra ninguém achar que estou sofrendo de apaixonite aguda. A culpa é desse clima de "Amar é...". Não há quem resista e não dê pelo menos um suspiro ouvindo essa música! Eu, muito brega, dou vários e fico até com os olhos marejados :P

Começo, meio e fim - Roupa Nova
A vida tem sons que pra gente ouvir
Precisa entender que um amor de verdade
É feito canção, qualquer coisa assim,
Que tem seu começo, seu meio e seu fim!
(Mas que o final seja: "viveram felizes para sempre!")

A vida tem sons que pra gente ouvir
Precisa aprender a começar de novo,
É como tocar o mesmo violão
E nele compor uma nova canção!

Que fale de amor,
Que faça chorar,
Que toque mais forte esse meu coração!
Ah! Coração...
Se apronta pra recomeçar
Ah! Coração...
Esquece esse medo de amar de novo

terça-feira, 9 de setembro de 2008

"Faço parte do mundo e, no entanto, este deixa-me perplexo." - Charles Chaplin

"Não podemos aguardar que os tempos se modifiquem e nós nos modifiquemos junto, por uma revolução que chegue e nos leve em sua marcha. Nós mesmos somos o futuro. Nós somos a revolução." (Beatrice Bruteau)

Amor Sem Fronteiras é mais um filme que mudou a minha a minha vida. Pra sempre... Assistam para almpliar seus horizontes e ver que nossos problemas são muito pequenos perto daqueles que muitas pessoas no mundo enfrentam diariamente. Esta é uma singela homenagem àqueles que dedicam suas vidas para salvar outras. Espero fazer parte deste grupo de pessoas que doam um pouquinho do seu carinho, atenção e conhecimento para quem tanto precisa.

Mas por que estou falando isso? É que ultimamente acho que estou sendo muito egoísta me fechando em meus pseudo-problemas. Eu que tanto quero mudar o mundo, tenho que abrir os olhos para o que acontece a minha volta ao invés de me fechar em meu casulo esperando o dia de virar borboleta. Chega, rs!

A História como contrução

Estamos a menos de um mês das eleições e a poucos dia comemoramos o Dia da Independência. Duas datas imbricadas uma na outra. Ambas nos chamam ao compromisso de cidadãos, lembrando-nos valores caros à convivência e ao bem comum.

Celebrar o passado, tornando-o festa e comemoração (mais um feriado que tem sua razão esquecida), pode ser uma forma de apagar o sentido vivo da memória. Mais que uma lembrança, a memória é uma forma de interrogar o presente. O momento vivido nos remete ao passado, reinterpretando os passos já dados há tempos atrás, com as interrogações e instrumentos fornecidos pela conjuntura atual.

Memória, lembra o sociólogo francês Maurice Halbwalchs, é trabalho. Não só de manter viva as tradições, mas porque sedimenta, de modo silencioso, a identidade pessoal e social, permitindo-nos assim, uma abertura contínua ao mundo do outro, do diferente. Mas sobretudo, porque nos faz entender a História como processo, como construção contínua.

O Estado independente não nasceu de uma luta contra a metrópole, mas obdecendo seus interesses. Essa inversão de modelo - o Estado não foi criado pela sociedade civil, mas é ele que deve atuar para construí-la e direcioná-la corretamente. Pelo menos na teoria...

As festas, indispensáveis à criação da cidadania como nos lembra o filósofo Jean Jacques Rousseau, constitui-se numa lembrança privilegiada daquela tarefa de construirmos como sociedade livre, responsável e consciente.

Portanto cabe a cada um de nós, repensar o seu papel na sociedade. De nada adianta ficarmos olhando 24 horas para nossos "lindíssimos" umbigos, se nas esquinas pelas quais passamos existem tantas pessoas precisando de ajuda ou simplesmente de um sorriso, ao invés dos inúmeros olhares de indiferença que recebem todos os dias.

Definida pelo sociólogo Max Weber, a política é um "lento perfurar de tábuas duras." Ela é quase uma vocação, expressa não só pelo político que toma a sério sua responsabilidade quanto pelo eleitor que o coloca no cargo.

Se o passado colonial ainda pesa nos mecanismo sociais - política do favor, do clientelismo, do padrinhamento, sem contar na famigerada palavra CORRUPÇÃO - mais do que nunca se exige a paixão da mudança.

Lembra Webber: "Somente quem tem vocação política terá a certeza de não desmoronar quando o mundo, do seu ponto de vista, for demasiado estúpido ou mesquinho para o que ele deseja oferecer. Somente quem, frente a tudo isso, pode dizer 'apesar de tudo' tem vocação para a política."

CADA UM VOTA DE ACORDO COM OS VALORES E INFORMAÇÕES QUE POSSUI. Alto grau de escolaridade e renda nem sempre garantem um voto mais consciente. Por isso, atenção: nós somos o futuro desse país, o qual eu acredito que ainda tem muito a oferecer :)

domingo, 7 de setembro de 2008

Relembrar é viver ou sofrer novamente...


Mesmo cansada, antes de dormir tinha que ouvir o DVD Dois quartos, vivendo mais um pouco da minha, quase saborosa, melancolia. Amanhã prometo escrever mais, hoje foi só uma palhinha!

Vai - Ana Carolina

"Espera aí,
Nem vem com essa história
Eu nem quero ouvir.
Não dá pra te esquecer agora,
Como assim?
Cê disse que me amava tanto ontem
Eu juro que ouvi...

Calma aí,
Que diabo você tá dizendo agora?
Que onda é essa de outro lance pra viver?
Você nem pode tá falando sério...
Vivi pra você,
Morri pra você!

Pois então vai,
A porta esteve aberta o tempo todo, sai!
Quem tá lhe segurando? Você sabe voar.
Vai! A porta na verdade nem existe, sai!
O que está esperando? Você sabe como voar.

Então tá bom...
É, senta e conta logo tudo devagar,
Não minta, não me faça suportar
Você caindo nesse abismo enorme
Tão fora de mim.

Tá legal,
É... e eu faço o quê com a nossa vida genial?
Cê vai viver pra outra vida
Eu fico aqui
Na vida que ficou em minha vida
Tão perto de mim,
Tão longe de mim!

Pois então vai,
A porta esteve aberta o tempo todo, sai!
Quem tá lhe segurando? Você sabe voar.
Vai! A porta na verdade nem existe, sai!
O que está esperando? Você sabe voar.

De volta pra mim,
De volta pra mim..."